quinta-feira, 23 de abril de 2020

"Seu time é grande?"

De tempos em tempos aparece algum veículo da imprensa ressuscitando a tola ideia de questionar a grandeza de um ou mais integrantes daquele grupo constituído pelos doze clubes que  mais conquistaram projeção nacional a partir da segunda metade do século passado.
O Paulo Sutil Futebol Clube.
As duas últimas que vi a respeito bateram nas teclas do aspecto econômico (globo) e das conquistas de títulos (revista vip). É verdade que torna-se difícil para a imaginação conceber um clube grande sem algum poderio financeiro ou sem uma sala de troféus ocupada por taças. Mas o fator principal que aqui se esquece é a torcida.


Basta olharmos as pesquisas sobre preferência dos torcedores e verificarmos quem são as doze maiores da última metade de século.

Aqui é necessário se estabelecer uma distinção onde vejo equívocos desde que me entendo por gente, ou seja, há uns vinte e cinco anos. A clara e evidente diferença entre a equipe que entra em campo e a instituição.

A equipe é constituída dos jogadores e dos demais profissionais que os cercam e que o clube pode ter em um dado momento de sua história. Às vezes farta de bons profissionais ou repleta dos mais completos pernas de pau. Tem ano que você olha pro time (equipe) e pensa: "este ano vai ser dureza". Em outros momentos você se pega pensando: "será que este ano vai?".

Vi outro dia alguém cogitando a "possibilidade" de o Cruzeiro se transformar na Portuguesa. Até entendo que o sujeito talvez esteja falando da asfixia financeira que o clube mineiro pode sofrer neste abril de 2020. Mas não é factível, a curto ou médio prazo, algo assim, enquanto tiver seus milhões de torcedores.

A Portuguesa minguou por se encontrar no fio da navalha há algum tempo. Quando escorregou, sem torcedores para se apoiar, a derrocada foi avassaladora.

Por outro lado, o que acontece agora para os lado da toca da raposa não é uma simples má fase. Pode ser que os títulos se tornem mais escassos até uma eventual recuperação. Se algumas décadas neste cenário se passem, aí podemos especular sobre a realidade deste risco.

Como se especula com o Botafogo. Afastado do protagonismo, torcida afastada dos estádios, pouco dinheiro entrando, muitas dívidas. O alvinegro hoje se segura no prestígio de seus torcedores e na capacidade de eles, enquanto dirigentes, reverterem a "má fase" antes que se torne irreversível. Como ocorreu com os Américas, mineiro e carioca.

O Vasco também vive um momento político que mais parece aqueles filmes de terror do anos oitenta. De tão sem noção que é.

A questão é: cada clube vive fases boas e ruins, algumas mais longas ou mais curtas que outros. Se você nunca viu a do seu time, sorte a sua. Abraço.

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