Hoje decidi falar de algo sobre o qual cito com frequência em minhas aulas, sejam elas de física ou de química. Esse sujeitinho conhecido por muitos e compreendido por pouquíssimos.
Do grego, tratamos por “aquele que não se divide”. Mas, atualmente, a divisão do átomo tornou-se algo comum dentro de aceleradores de partículas, reatores nucleares, aparelhos de raios X e, para o medo de muitos, bombas atômicas.
Como professor eu vejo que as pessoas pouco se importam em saber mais a respeito desse personagem cuja aparição na cena da ciência do século XIX marcou mais tarde o surgimento da física quântica e determinou uma clara distinção entre física clássica e contemporânea (mais conhecida por moderna).
Imagine algo tão pequeno a ponto de ser necessário ampliar o tamanho de uma laranja à dimensão do planeta terra para visualizarmos concretamente sua constituição. Pronto, os átomos da laranja terão o tamanho de maçãs e seus elétrons serão ainda menores que grãos de areia.
Opa, mas nós não falávamos de átomos? De onde saíram os elétrons? Para não atropelarmos os bois com a carroça, voltarei a falar deles mais adiante. O importante é sabermos que os átomos, diferentemente daquilo que os gregos antigos contemporâneos de Demócrito pensaram, não é indivisível. Muito pelo contrario. São divisíveis e suas partículas constituintes também o são.
Aí vem um aluno de ensino médio metido a gato mestre e me fala: “Tá beleza, e o que isso vai me ajudar na minha futura carreira de advogado?” E eu respondo: a principio, nada, mas nunca se sabe. Conhecimento nunca é demais. Por isso que eu gosto de falar dessas “bobeiras” no meu blog.
Então, voltando ao tema desse post. O átomo, vejam só, personagem mais mal compreendido da ciência nos últimos duzentos, assim permanece por motivos não pertinentes no momento. E minha tentativa é, com esse texto, apresenta-lo de uma maneira mais informal que o convencional.
Pois bem, assim seja, vamos lá. Tudo, mas tudo que é matéria conhecida pelo ser humano é constituída de átomos. Logo, toda a matéria existente no universo conhecido obedece às mesmas regras por nós já conhecidas. No ensino médio é comum a citação de nomes como Dalton, Thomson, Rutherford e Bohr. No que me diz respeito, cita-los não é realmente necessário, apenas deixa-los listados para que o interessado pesquise por eles.
Já se pensou que o átomo fosse uma esfera maciça como uma bola de bilhar e hoje se sabe que ele possui uma porção imensa de espaços vazios. E este é o ponto onde muitos não entendem, como algo cheio de espaços vazios pode, ao se aglomerar apresentar-se maciço? Simples, pelo fato de o átomo, em seu interior, apresentar partículas dotadas de cargas elétricas. As repulsões e atrações de natureza elétrica entre átomos vizinhos são responsáveis pela “aparente” impenetrabilidade da matéria.
Trocando em miúdos. Os fatos de elétrons se repelirem e o mesmo acontecer com prótons, além de prótons e elétrons se atraírem são responsáveis por termos a “impressão” de que a matéria não possui espaços vazios.
Isto apenas explica como pode existir algo com mais de 99,9% de espaço não preenchido por matéria. Uma brincadeira que costumo fazer é citar a personagem do universo Marvel conhecida no Brasil por Lince Negra, ela tem a capacidade de atravessar paredes como se fosse o Gasparzinho. Sua habilidade consiste exatamente em anular uma das propriedades mais fundamentais: a carga elétrica.
Nem precisa dizer que isto a torna a maior inimiga do Magneto, mas isto é algo que nem passa pela cabeça de quem cria histórias em quadrinhos.